quarta-feira, 30 de março de 2011

Sites já revendem cupons de quem desiste das compras coletivas; conheça o serviço


Entrou na febre das compras coletivas – aqueles superdescontos que são oferecidos por sites quando uma oferta atinge um número mínimo de compradores – , mas não soube “brincar direito”? Saiba que agora existem sites que dão um jeito naqueles cupons que você comprou e, seja por qual for o motivo, não vai conseguir utilizar dentro da validade.

É comum encontrar casos de consumidores que não administraram direito o prazo de validade dos cupons que compraram e acabam tendo prejuízo. A vendedora Janaína Oliveira, 30, quase perdeu um serviço de estética que adquiriu num site de compras coletivas em janeiro. Ela pretendia utilizá-lo antes do seu casamento, marcado para o final de maio. Mas só havia agenda disponível para depois dessa data. “Para não perder R$ 200, decidi revender o cupom. Anunciei pelo mesmo preço e, em cerca de 2 horas, apareceu um comprador”, conta.

“Calculamos que a taxa de cupons não utilizados pelos compradores ‘coletivos’ fica em torno de 30%”, aponta Vinícius Dornela, um dos criadores do site Regrupe. O empresário decidiu lançar o serviço de recompra de cupons após observar experiências bem-sucedidas de sites desse tipo no exterior, além do enorme mercado “potencial” brasileiro. “Projeções de analistas apontam que o mercado de compras coletivas pode movimentar cerca de R$ 2 bilhões até o final deste ano. Com a alta taxa de perda de cupons, temos uma grande chance de sucesso”, cogita.

Até o momento, existem dois tipos de sites nessa área. O primeiro, é o de classificados, que apenas exibe os cupons em revenda, como o Recupom. Cabe ao vendedor e ao revendor se contatarem para efetivar o negócio. O segundo modelo é o dos sites que intermedeiam a transação financeira entre revendedor e comprador, como o Regrupe e o Troca Desconto.

O cadastro das ofertas nesses sites é gratuito. O vendedor se inscreve, fornecendo dados de contato, e cadastra o cupom que quer revender. Muitos dos sites têm conexão com os de compras coletivas – como Groupon, Peixe Urbano, ClickOn. Assim, o usuário seleciona a oferta de acordo com o dia em que foi comprada, sem necessidade de preencher manualmente todos os detalhes do cupom.

No caso do Regrupe, quando a venda é concretizada, uma taxa de R$0,99, mais 8% sobre o preço de venda, é cobrada do vendedor. No caso de Janaína, por exemplo, a oferta feita por ela foi de R$ 200; ela receberá R$ 183 de pagamento.

O Troca Desconto cobra 10% sobre o valor da oferta quando efetua a transação financeira entre comprador e vendedor. O site também funciona na modalidade "classificados", gratuitamente. O valor, como no Regrupe, é repassado ao vendedor após 30 dias do pagamento do comprador.

Sabrina Brito, uma das criadoras do Troca Desconto e sócia da Simples Agência, diz que o serviço é mais uma "ferramenta de comunicação". Sabrina lembra que os próprios funcionários da agência tinham o costume de trocar entre si as ofertas. Quando procurada por um cliente para o desenvolvimento de um projeto que envolvia compras coletivas, viu que o serviço já existia no exterior e resolveu apostar nele. “Lançamos o site no início de dezembro e, além de ofertas do Rio de Janeiro, temos de São Paulo, Curitiba e Recife.”

Vantagem é do comprador

Para quem está pensando em iniciar um “mercado paralelo” de venda de cupons, achando que vai lucrar “horrores” cobrando um preço maior na revenda, segure a empolgação. O negócio é mais vantajoso para quem recompra as ofertas.

Janaína, a noiva do início desta reportagem, explica que apresentou o site de revenda de cupons a uma colega de trabalho. “Ela havia comprado o mesmo serviço que eu, de R$ 200, mas tentou revendê-lo por R$ 300. Depois de dias sem nenhum comprador interessado, ela decidiu baixar o preço”, relembra. Isso acontece porque o valor original do cupom aparece para o comprador. “Para nós, revendedores, esse é o ponto negativo”, aponta Janaína.

Já para quem compra, são várias as ofertas com preço mais baixo que a original, principalmente pela proximidade da data de validade.

O estudante de Direito, Bruno Bissoli, 23, antes de sair para jantar com sua namorada, já olha as ofertas dos revendedores “desesperados”. “Sou usuário de sites de compras coletivas, mas agora prefiro a recompra. Dá para usar o cupom no mesmo dia, principalmente o de restaurantes”, diz o estudante, que aproveitou um rodízio de sushi por R$ 45 e outro de pizza por R$ 19, ambos para duas pessoas.
Para se organizar

A principal dificuldade dos consumidores “ávidos” por compras coletivas é gerenciar a validade dos serviços – isso exige paciência do cliente, que deve ainda ligar nos estabelecimentos para agendar a data de uso do cupom.

Erwin Julius, idealizador do Recupom, explica que seu site ajuda nessa “organização”. “O usuário cadastra a oferta que comprou, que é sincronizada com o site de compra coletiva, no seu perfil. Lá, fica marcada a data de validade. Ele recebe o alerta do próprio site quando a expiração está próxima e pode pôr a venda o cupom se não houver tempo para utilizá-lo.”

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