Este tem sido um grande ano para a próxima novidade eletrônica. O iPad, novo iPhone, o Nexus S, o HTC Evo e outros celulares com Android, o Kindle 3 e o Kinect, da Microsoft, chamaram a atenção dos consumidores. Mas algumas pessoas preferem que sua novidade tenha uma aparência antiga. Daí vem o apelo dos mais modernos eletrônicos envoltos em um design retrô, como jukeboxes em tamanho real que são na verdade docks de US$ 4 mil para iPod ou máquinas de escrever reconfiguradas para funcionar como teclados USB.
Existem algumas teorias para explicar esse gosto pelo visual antiquado. Ele pode tornar tecnologias desafiadoras mais familiares. Para um aficcionado, um telefone antigo que se conecta a um celular tem um sabor irônico. Existe também um senso de permanência para produtos vistos como descartáveis. Outros ainda são considerados arte.
Um exemplo desse fenômeno é a máquina de escrever transformada em teclado de computador. Jack Zylkin, da Filadélfia, criou uma para visitantes do Hive76, um clube de amantes da eletrônica em sua cidade.
- Achei que seria uma brincadeira. Não imaginei que houvesse tanta demanda para ela - espanta-se Zylkin, que hoje vende várias unidades, com uma fila de espera de duas a três semanas.
Ele trabalha com máquinas recondicionadas por um vendedor aposentado da Remington. Acrescenta a elas um sensor que reconhece quando uma tecla é pressionada e conecta tudo ao computador por uma porta USB. Não é preciso pressionar a tecla até o fim para o computador reconhecer, mas se você quiser, pode digitar como antigamente e fazer uma cópia em papel enquanto salva o texto digitalmente.
O teclado vintage custa entre US$ 600 e US$ 900 no site Etsy.com, mas sai por US$ 400 se você fornecer a sua própria máquina de escrever. Quem sabe mexer com uma solda pode comprar o kit faça-você-mesmo por US$ 70.
Uma variação desse tema pode ser encontrada no redesenho dos antigos telefones Western Electric Bell. Considere o avanço desse produto. Hoje os fones são minúsculos em comparação com o aparato que era preciso colocar sobre o ouvido, além do microfone enorme, para se ter conversas telefônicas privadas. Os caras do ThinkGeek adicionaram Bluetooth, permitindo que o telefone antigo possa ser conectado a um celular. Por US$ 25, é possível enviar e receber chamadas a uma distância de nove metros.
A Crosley Radio tem renovado produtos antigos desde o início dos anos 80, quando um grupo de investidores comprou uma marca falida de rádios e começou a fazer réplicas. Entre elas, uma jukebox Wurlitzer que toca CDs e iPods.
- O que realmente vende como água são as vitrolas - diz James P. LeMastus, presidente da Crosley.
O maior hit da empresa é a vitrola portátil Crosley AV Room, com conexão USB. Por US$ 160 ela vem com alto-falantes e um amplificador embutidos e a conexão USB pode ser usada para transformar as canções dos antigos discos de vinil em arquivos de mp3. A Crosley fabrica cerca de 25 tipos de vitrolas, algumas com docks para iPods, CDs e fitas-cassete. Elas podem ser encontradas em lojas físicas nos EUA e na internet.
O Yeti, da Blue Microphones, pode parecer vindo da era de ouro do rádio, mas é o primeiro microfone com certificado THX, o que significa que ele reproduz sons com alta fidelidade. Ele tem uma aparência que remete aos anos 50, mas traz três minimicrofones embutidos que podem capturar o som que sai a frente dele, em estéreo ou de toda a sala.
O Yeti funciona com PC ou Mac e não exige nenhum software especial, apesar de existir um programa gratuito para ele na loja virtual iTunes. Ele custa US$ 150 e é ótimo para gravar a demo da sua banda, além de ser popular com podcasters e usuários de VoiP.
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